O Raspberry Pi OS é uma distribuição rolling release?

O sistema operacional desenvolvido pela Fundação Raspberry para seus dispositivos, uma adaptação (fork) do Debian, parece ter sido concebido para receber atualizações contínuas, eliminando a necessidade de instalações de novas versões, caracterizando-se como um modelo de “rolling release“, que pode ser traduzido como “lançamento contínuo“.

Qual é a evidência? É simples. O Debian 12 Bookworm foi lançado com a versão 6.1.0 do kernel e atualmente se encontra na versão 6.1.0.37. A versão do kernel é numerada como 6.1, com a última dezena designando a atualização dessa versão, correspondendo ao Debian 12.11. A versão do kernel permanece 6.1, porém com trinta e sete revisões e atualizações, enquanto o Raspberry Pi OS tem atualizado a versão do kernel e atualmente está na 6.12, que será a versão utilizada no Debian 13 “Trixie”, com lançamento previsto para este ano.

Na imagem acima, a primeira linha – OS – mostra qual a distribuição está instalada e qual sua versão. Reparem que é um Debian 12 ARM (aarch64) Na segunda linha – host – indica o equipamento onde o sistema está instalado, enquanto na terceira linha – kernel – mostra a versão do kernel. Reparem que a versão é a 6.12.34.

A imagem acima mostra a versão – OS – Debian 12 x86_64, a distro original ou Debian puro, instalada em uma máquina virtual dentro de um Linux Mint em um laptop Lenovo G40-80. Notem que a versão do kernel é a 6.1.37-amd64, que foi atualizada trinta e sete vezes (a dezena final da numeração do kernel), mas é a mesma versão, diferente do Debian 12, que é a base do Raspberry Pi OS, cuja versão já foi atualizada para 6.12.

A principal vantagem do modo rolling release reside em isentar o usuário dos procedimentos inerentes à atualização de uma distribuição para uma nova versão. Contudo, essa isenção não é ilimitada, visto que os meios de instalação (mídias) possuem um limite de uso.

Quando o limite é atingido, seja pela exaustão da capacidade de armazenamento do disco rígido, SSD, cartão micro SD ou pendrive onde o sistema está instalado (no caso de memórias flash NAND, que compõem SSDs, pendrives e cartões micro SD), ou pela falha dos mecanismos ou motores de discos rígidos mecânicos (HDs) devido a desgaste ou curto-circuitos, ou ainda pela perda da capacidade de gravação do disco magnético, torna-se imperativa a substituição da unidade de armazenamento e, consequentemente, a reinstalação do sistema.

A expectativa de vida útil de discos rígidos mecânicos é, em média, de três anos. Já os SSDs (discos em estado sólido) exibem uma durabilidade mais variável, oscilando entre seis meses e cinco anos. Cartões de memória SD podem ter uma longevidade de cinco anos ou mais.

Por sua vez, as distribuições Linux de suporte de longo prazo (LTS) são geralmente lançadas a cada dois anos, com suporte para atualizações por um período de cinco anos. Em algum momento, será necessário trocar a unidade de armazenamento, sendo obrigatório reinstalar o sistema que estará atualizado para uma nova versão e diante disso, as distribuições rolling release perdem seu sentido de ser e existir devido à limitação de vida útil dos dispositivos e equipamentos.

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